25 de abr. de 2013

Áudio nos games



Há um tempo atrás eu estava jogando alguns jogos pela primeira vez e percebi uma coisa muito interessante. Os jogos que eu mais gostava sempre eram os que tinham a melhor trilha sonora. É claro que eu também levava em conta os gráficos, a jogabilidade e tudo mais, porém coincidentemente, ou não, parecia que o áudio importava mais do que o restante.

Isso é muito interessante porque esse não é um aspecto dos games muito visado e comentado. Normalmente a primeira impressão vem dos gráficos. É absurdo o quanto a parte visual se desenvolveu nos últimos anos. Eu lembro que cada vez que eu comprava um console novo eu ficava de queixo caído com os gráficos dos novos jogos. 

Mas aparentemente chegamos a um ponto em que não há mais tanto o que melhorar (se melhorar teremos quase o visual real do ambiente ;P ). Atualmente um jogo para ser considerado bom na parte visual precisa ter gráficos extremamente fantásticos. A jogabilidade também é vital, mas a quantidade e variedade de games de hoje em dia faz com que seja difícil inventar um estilo de jogar diferente. Aí o áudio, que nunca foi valorizado como merece ganha destaque.

Para se ter uma ideia do valor do áudio em um game, considere, por exemplo, os games Guitar Hero e Rock Band. Tinham até bons gráficos levando em conta a época pra falar a verdade, mas esse era um detalhe mínimo. A parte sonora e a jogabilidade cativante colocaram os games entre os mais jogados do mundo. Há quem jogasse só pra escutar as músicas, como há quem se apaixonou por uma banda ao ouvir uma de suas músicas nesses jogos.

Veja também o caso dos games de terror. Que medo daria se não houvesse som nesses games? Poderiam ter os melhores gráficos do mundo (é claro que tê-los também é interessante), que seriam um fracasso. Imagine correr de um monstro, sem ouvir os gritos de desespero do teu personagem ou de fúria da criatura? Teríamos um jogo de ação, na verdade.

A coisa é tão interessante que eu fui procurar saber mais sobre o assunto e descobri os audiogames. Os audiogames foram jogos criados para pessoas com deficiência visual. Isso mesmo, jogos completamente jogáveis apenas ouvindo, sem enxergar nada. A ideia fez tanto sucesso que se estendeu também para pessoas sem deficiência, com jogos em que o aspecto visual é quase dispensável. Se você quiser experimentar, o site http://audiogames.net/ disponibiliza muitos audiogames gratuitamente.





Baseado em Tomb Raider, o game Tomb Hunter (foto ao lado) é um dos audiogames mais conhecidos de todos os tempos.








Nesse ano de 2013 tivemos o anúncio da nova geração de consoles. Em entrevista, um dos produtores de Resident Evil afirmou que essa próxima geração deverá focar mais em jogabilidade do que em gráficos. “É preciso que a indústria tome cuidado com as capacidades dos próximos consoles porque sempre há a chance de trabalhar demais nos gráficos e torná-los o elemento principal de um jogo”, explicou o produtor.

É claro que é legal ter excelentes gráficos em um jogo, mas melhor ainda, na minha opinião, é você ter um jogo que seja divertido e prazeroso de jogar e, para isso, é muito mais necessário uma excelente jogabilidade e um excelente áudio. Espero que as desenvolvedoras e os próprios jogadores passem a valorizar melhor esses aspectos tão fundamentais dos games.

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