26 de abr. de 2013

Jogadores mimados?




Recentemente assisti a um vídeo chamado The Elder Scrolls: The Dumbing Down (https://www.youtube.com/watch?v=JweTAhyR4o0) . O autor do vídeo fala das mudanças que ocorreram ao longo da série da Bethesda



Aparentemente, a que mais chama a atenção dele é quanto à dificuldade dos jogos mais antigos (Morrowind e Daggerfall) quando comparada a dos mais atuais (Oblivion e Skyrim). Apesar dele se restringir apenas a uma série, isso me fez perceber que eu não sou a única pessoa que reparou tanta mudança. E, para mim, o que aconteceu com The Elder Scrolls aconteceu com a maioria dos jogos.

Os principais argumentos que ele utiliza são que os produtores viram a necessidade de adaptar o game para um novo público, principalmente pelo fato deste ser lançado para consoles em suas últimas versões. Os “jogadores casuais”, como ele mesmo chama esse público, não estariam interessados em um jogo com uma dificuldade elevada, para decepção dos jogadores hardcore. Os desenvolvedores para não perderem a chance de aumentarem seus lucros, não pensaram duas vezes.

Alguns dos exemplos que ele cita são: a facilidade em conseguir itens raros, bem como seu baixo valor, puzzles exageradamente fáceis e os quest markers nos jogos mais recentes. Tudo isso fazendo com que os novos jogos, apesar de muitas novidades mecânicas e gráficas perdessem um pouco da graça por conta da queda da dificuldade.

Mas, na minha humilde opinião, este exemplo pode ser generalizado. Quem não se lembra de seus primeiros jogos quando era criança? Quem dos jogadores mais antigos não se lembra do suor que era para conseguir terminar um jogo, ainda que essa fosse muito curto? Quem não se lembra das horas e horas travado em um chefão, só pra descobrir como derrota-lo e depois mais algumas horas para conseguir derrota-lo? E se o nome do jogo fosse Megaman ou Castlevania, ai é que a coisa ficava mais feia ainda... Hoje em dia os jogos te levam automaticamente ao objetivo com apenas um clique. Crystal Saga que o diga.


É claro, temos que entender também que muitos jogos hoje são produções milionárias e que nenhum desenvolvedor quer gastar milhões pra ver o player desistir do jogo logo na primeira fase. Tamanho gasto exige pelo menos que todos tenham condições de jogar o jogo por completo. É aí que entra a questão da opção de dificuldade de um game.

Ao passo que muitos jogos não têm explorado muito bem essa questão outros a fazem com perfeição. Vemos alguns jogos que possuem uma graduação ridícula de dificuldade. Se você joga no easy não tem graça, se passa pro normal o jogo fica impossível. Fora aqueles jogos que mesmo estando na dificuldade máxima não oferecem um mínimo de desafio. Alguns sim conseguem estabelecer níveis de dificuldade que atendam a todos. Cito como exemplo Dead Space 2. Dificuldades graduadas que variam de uma bem tranquila até uma quase impossível.


Não estou aqui apontando o dedo para as grandes desenvolvedoras de jogos e dizendo que elas deveriam voltar a produzir como antes (até por conta da questão financeira que eu citei acima). Apenas creio que falo por muitos quando digo que dá uma saudade do tempo em que zerar um jogo era para poucos.

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